segunda-feira, 11 de abril de 2011


“Namoro desde os 16 anos, meninos e meninas. Tive uns poucos namorados, queria experimentar os homens e ter certeza do que eu queria. Tive vários problemas familiares. Sou filha única, tive educação severa, fui criada pelos avós. Eu precisava disfarçar o tempo inteiro. Inventava, mentia, arrumava um amigo para o jantar da firma. Minha tia me ajudou a reconquistar meus pais. Hoje, acho que vale mais a pena ser verdadeira e correr riscos. As coisas estão bem diferentes. Dia desses dei um beijo de língua na minha namorada numa lanchonete de um bairro de mauricinhos de São Paulo. Um grupo parou de comer e, chocados, vieram nos perguntar se éramos artistas. Os homens têm fetiche por duas mulheres, mas muita gente ainda quer saber quem é o homem ou a mulher na relação, como se isso acontecesse com todas as lésbicas. Mas eu e uma outra namorada já fomos agredidas por um homem. Fomos à delegacia e abrimos um processo. Ele nos agrediu fisica e moralmente. Acho que por isso as lésbicas não se expõem tanto. Somos fisicamente mais frágeis numa briga. Mais: não é porque duas mulheres estão juntas que elas não pensam em ter filhos. Eu penso em ter. Inseminação é muito cara e eu prefiro ter filho naturalmente, com o acordo de minha namorada. A homossexualidade é só um pedaço da minha vida. Ninguém precisa se preocupar com esse único aspecto da minha vida.”
Ana Paula de Oliveira, ex-modelo e pequena empresária, de 27 anos

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